quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - O FILME DE TERROR CONTINUA

E lá se foi o primeiro turno, apesar de ele não estar tão bem resolvido quanto deveria. Quantos candidatos estão pendurados pela Lei do Ficha Limpa ou pela capacidade duvidosa de exercerem o cargo? Resta saber se a justiça vai ter "peito" pra enfrentar a situação, já que, ao que parece, teremos um verdadeiro efeito dominó: a queda de um sai levando vários outros pro buraco. O Tiririca que o diga: seus mais de um milhão e trezentos mil votos elegeram mais três candidatos.
No Brasil, estamos bem acostumados a arrumar um bode expiatório para os nossos problemas: a culpa pula do colo do governo para o colo da justiça e, raramente, nos responsabilizamos pela pintura dos nossos cenários.
Agora mesmo, tenho dúvidas de qual é a tristeza maior: pensar que a justiça pode não invalidar os votos dos ficha sujas ou, tratando da raiz da questão, pensar que a justiça só precisa atuar porque esses caras foram eleitos. Não caberia a cada um de nós, eleitores, resolver esse problema nas urnas? Não seria nosso papel zerar o saldo de votos desses figurões? Esperar que a justiça aja depois que a merda está feita é uma comodidade da qual precisamos abrir mão...
E a eleição tão representativa de um palhaço, um mero personagem? 1,3 milhão de votos dados à imaginação de um humorista... Humorista este, agora acusado de analfabetismo e falsificação de documentos. Precisamos de algum outro sintoma do total descrédito da política no Brasil? E das piadas rimadas que fizeram o país se divertir vendo e revendo os inúmeros vídeos postados na internet, vai nascendo o nosso inferno astral: pior do que está não fica? Só mesmo no discurso efêmero e infantil de um palhaço uma frase como essa pode fazer sentido... Pois você está enganado Sr. Tiririca. Pior do que está fica. E como!
E como se não bastasse, ainda teremos que enfrentar o segundo turno. No menu de Brasília, inacreditavelmente, está Weslian Roriz (PSC). E, como diz uma amiga (querida Mili), se você achava que o Tiririca era ruim, é porque ainda precisa conhecer essa Sra.. Analfabetismo funcional mandou lembranças à criatura. Agora, para uma pessoa que não domina sequer a linguagem oral, o que esperar quando ela precisar fazer deliberações e se posicionar usando a língua escrita?
E pra terminar o post, eu peço direito à réplica (já aprendeu o que é isso candidata?) ao que falou esse gênio que começa a assombrar a política brasileira. Como mensagem final aos eleitores, a Sra. Roriz escolheu fazer observações sobre a cor do estúdio de TV em que acontecia o debate, tema este de extrema relevância para a vida dos cidadãos do Distrito Federal. Então, candidata, a Sra. acha que a vida dos seus eleitores ficará azul e maravilhosa como o estúdio, caso a senhora seja eleita e possa contemplá-los com as suas ideias e capacidade de gestão?


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

...FALA QUE NÃO DÁ MEDO?

Pobre Michael!... Morto há tão pouco tempo e já com tantos motivos pra levantar da cova e vir puxar o pé da galera à noite. O primeiro da fila é o Lindolfo Pires, com essa versão medonha que vocês já devem ter visto:



Mas o horário político deste ano realmente está batendo todos os recordes. E não é que surgiu mais um? Atenção para a letra!:

Está lançado o desafio: alguém se arrisca a concorrer com os dois na corrida pelo jingle imbatível das eleições 2010?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ELEIÇÕES 2010

Confesso estar fazendo um esforço pra evitar que o tema "eleições" venha parar nesse blog. Além de existirem outros blogueiros fazendo boa cobertura, como a Raquel Camargo, tenho assistido a capítulos tão desanimadores e anti-democráticos, que acabo ficando muito puta e isso certamente aquece meu texto e acende polêmicas e brigas que eu não ando muito afim de comprar. Mas, como a internet é sempre uma caixa de surpresas, e como algumas delas são irresistíveis, eu acabei me deparando com isto:


Se você está vendo pela primeira vez e ficou chocado, fique tranquilo: você não é o único. Aliás, essa me pegou tão em cheio, que eu acabei me rendendo, e cá estou eu falando do tema que tanto evitei.
Passei uns bons dias bem indignada com os debates no Jornal Nacional com os candidatos à presidência. Pra falar a verdade, eu não esperava grandes coisas, porque o jornalismo da Globo anda de mau a pior, sempre superficial, sempre previsível e sempre mostrando a todos nós o que é ser totalmente parcial. Sim, eu sei que não é possível a tal da neutralidade. Mas, convenhamos, é bem fácil achar o meio termo. Entre o neutro e o escrachadamente partidário existe um bom caminho a ser percorrido e explorado. E, no entanto, só faltou o titio Bonner pendurar um cartaz no pescoço com os dizeres: Eu voto no Serra e quero que você vote também! Feio, muito feio. Principalmente depois daquele fatídico episódio do debate entre o Collor e o Lula. Pode soar muito inocente da minha parte, mas eu jurava que eles tinham aprendido a lição. E, poxa vida, eu não tenho o direito de tirar as minhas próprias conclusões e decidir em quem eu quero votar?
Voltemos ao vídeo: é pra rir? Acho que, em parte, é. Afinal, pra um programa humorístico clássico não faltou muita coisa. Mas depois de tanto riso é que veio o incômodo: era pra ser engraçado? Dizem que o riso é o reconhecimento do que existe de ridículo em nós mesmos. Pode ser. E, nesse caso, rir desses caras é permitir que a gente continue sendo chamado de bobos, e engrossar o coro dos que diariamente já nos chamam assim em Brasília, ou em qualquer canto desse pais, a cada vez que viajam com a nossa grana, desviam os nossos impostos, enfiam dinheiro na cueca.
Bom, minha mente de publicitária rapidamente ficou pensando sobre a forma com que essas figuras escolhem "vender" a própria imagem. Caí em uma máxima que sempre que posso repito aos meus clientes: se você mesmo não sabe o que você preza, quer e vende, como você espera que seus clientes o façam? Assistindo a um vídeo desses, a única conclusão a que chego é que a política virou carreira de gente sem grandes perspectivas. Observe que boa parte dos candidatos aparecem com "cabos" eleitorais: entram mudos, saem calados, e esperam se eleger alavancados pela fama do parente. Patético é um bom nome?
E será mesmo que o Tiririca está certo ao dizer que pior do que está não vai ficar?... Será que não? Tenho sérias dúvidas. Mas, muito além delas, de uma coisa estou muito certa: definitivamente, não quero essas pessoas me representando! Elas não estão minimamente à altura da política que gostaria para o meu país. Mulher Pêra??? Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

QUANDO EU DANÇO...

"Você tem que amar a dança para persistir nela. Ela não te dá nada em troca, nenhuma pintura para mostrar nas paredes e talvez pendurar em um museu, nenhum poema para ser impresso e vendido, nada além do momento fugaz único em que você está vivo. Ela não é para almas instáveis." Merce Cunningham





Acho que é tudo por hoje.

terça-feira, 15 de junho de 2010

SÓ BRASILEIROS.

15 de Junho. Hoje o dia amanheceu diferente. O país continental, que tranquilamente podia ser vários - e as vezes o é - mostrou que responde pelo mesmo nome. E os relógios andaram em um ritmo diferente: não importava que horas era, mas quanto tempo faltava. E as peças verdes e amarelas saíram dos armários: uma tiara, um relógio, uma meia, um colar, um sapato ou a famosa camisa. Até lentes de contato com a bandeira do Brasil eu vi. E nesse mar de cores que todos sabiam reconhecer e ler, tudo se tornou oficial. Não havia uniformes mais ou menos dignos: hoje nós éramos simplesmente brasileiros. E assim passou o ciclista, e ele era verde-amarelo. E passou o médico, com a amarelinha sob o jaleco. E passou o empresário. E passou o vigia de carro. E passaram crianças. E passaram mulheres, homens, idosos, bebês, cachorros. E o verde e amarelo combinou com todas as cores. E não importava o carro. E não importava a profissão: todos sabíamos para onde estávamos indo e o que estava para acontecer. E os pontos de ônibus lotaram. E o trânsito se encheu de um engarrafamento esperto, de quem tem urgência de chegar.
Hoje, a palavra "vuvuzela" deixou de ser estranha: ela estava na mão e na garganta de todos, ajudando a conjugar um verbo que o brasileiro nasceu sabendo: torcer. E todos se tornaram amigos. E o motorista de ônibus topou parar fora do ponto. E o síndico trocou o bilhete mal humorado no elevador do prédio por um convite para ver o jogo. E, assim, o país das desigualdades foi um, ainda que apenas por algumas horas. E o mundo, que hoje à tarde se chamou Brasil, parou para ver a Seleção jogar. E eu me emocionei. Foi bonito de ver e sentir.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

NOSSA POLIDEZ NOS FAZ MAL

No Brasil são fartos os exemplos das campanhas publicitárias tiradas do ar... Tudo o que soa agressivo, polêmico ou provocativo demais pode estar sujeito a reclamações e às intervenções do CONAR, que regulamenta a atividade publicitária no país. Legítimo? Parece que sim. Afinal, a população tem o direito de se manifestar. O que às vezes eu me pergunto, é se a "polidez" ou essa fragilidade do brasileiro em relação a polêmicas (e, em grande parte das vezes, isso significa não estar muito disposto a discutir o que realmente importa) não nos atrapalha.
Essa semana me chegou por e-mail um vídeo made in Inglaterra: trata-se de uma campanha sobre os efeitos do álcool e das drogas na vida de todo mundo. O vídeo é pesado? Sim. Mas resolveu o problema: depois dele, foi observada uma mudança de atitude em 40% da população inglesa, com queda do número de acidentes e do uso de entorpecentes. Em se tratando de assuntos como esse, que interferem diretamente no bem-estar de todos, o poder de resolutividade de uma ação não deveria ficar em primeiro plano?
Somos muito polidos, mas estamos sempre afogados em problemas... E, se a nossa justiça e políticas públicas já não ajudam muito, que mal faria um "knockout" esporadicamente aplicado por campanhas publicitárias?

Assistam ao vídeo:

segunda-feira, 31 de maio de 2010

SERÁ MESMO QUE ESCOLHEMOS ONDE QUEREMOS ESTAR NA INTERNET?

Quase 500 milhões de usuários ativos e uma polêmica: a política de privacidade do Facebook é falha? Hoje, saída de Toronto, no Canadá, entrou no ar a campanha "Quit Facebook", em protesto ao modo com que o site lida com as informações pessoais dos usuários. Com a aderência de pouco mais de 32 mil pessoas, o movimento parece não ter tido a repercussão esperada, pelo menos por enquanto. Sob os rumores da insatisfação pelo fato de informações de caráter pessoal estarem sendo compartilhadas na internet, o CEO do Facebook, Mark Zuckerber, anunciou a revisão das ferramentas de privacidade.
Em um vídeo publicado pela Euronews (que você pode ver aqui), Joesph Dee, um dos fundadores do movimento, fala do direito de escolha das pessoas de onde querem ou não estar na internet. OK. Temos esse direito. Mas, será ele uma possibilidade real? Será mesmo que, no Facebook ou não, temos podido exercer essa nossa liberdade de escolha? O que é preencher um cadastro na internet? O que são as informações disponíveis na nuvem? E quanto você abre seu gmail e existem inúmeras publicidades no lado direito do seu monitor que te parecem demasiadamente oportunas e perfeitamente casadas com as suas necessidades do momento? Isso não seria também uma mega invasão de privacidade?

Para alguns autores de gestão e marketing, como Seth Godin, a internet deveria ser usada em um caminho inverso, como um espaço para se fazer marketing direto, desenvolvido a partir de base de dados opt-in. No entanto, o que temos visto e vivido?
Não acredito, particularmente, em bases opt-in construídas a partir de afirmações escritas em letras microscópicas, perdidas em meio aos contratos de utilização do que está na internet. Opt-in implica, portanto, o direito de fazer uma escolha a partir de informações que te dêem alguma condição de optar. Transparência e clareza são, a meu ver, a melhor estratégia. É mais inteligente por dois motivos: 1- o consumidor não fica puto; 2- é possível trazer as pessoas que estão realmente interessadas em ouvir o que você tem a dizer.

Claro que em um caso como o Facebook estamos falando de uma escala muito maior, da ordem de centenas de milhões de pessoas. Tudo bem. Ainda assim, acho que vale ser claro e direto.
E, se esse protesto vai vingar, eu não sei... Só acho que a discussão sobre a privacidade na internet tem mesmo que entrar em pauta e que o buraco é um pouco mais fundo do que possa sugerir o "Quit Facebook Day".

A seguir, vídeo em que se discute a política de privacidade do Face:





terça-feira, 27 de abril de 2010

INTERMINAS 2010

No último sábado, aconteceu, em Belo Horizonte, o Interminas 2010, um evento dedicado a discutir a Internet e seus desdobramentos nos planos de comunicação das empresas, nos modelos de negócio, na vida das marcas. Pra quem não pôde comparecer, faço uma pequena compilação dos pontos altos do evento e dos cases mais bacanas que rolaram na ocasião.

"Seja um jardineiro"

Essa frase foi dita durante a palestra de @kenfujioca e, pra mim, poderia ser a frase-chave, se tivesse que escolher uma para sintetizar o evento. Por que? Porque internet sem monitoramento e gerenciamento é, praticamente, um suicídio. O trabalho de relacionamento, de cultivo (para usar a metáfora dos jardins), de cuidado da informação é, portanto, crucial e, como o próprio Ken disse, muitas vezes mais importante que a publicidade em si.

Também sobre monitoramento e, principalmente, sobre diagnóstico, falou @interney, que insistiu em uma importante questão: não atire para todos os lados! Eu sempre digo, nas palestras e cursos que dou, que a internet não é lugar de falar com todo mundo, mas com as pessoas certas. Não faz o menor sentido montar um plano de mídia que inclua todas as redes sociais se

1- Você não for capaz de abastecer todas elas de conteúdo, periodicamente!
2- Seu público-alvo não estiver lá. Afinal, pra que perder tempo com um cara que não te interessa? Para descobrir se ele está ou não, vale um diagnóstico prévio.

Uma outra questão importante sobre a qual Interney falou, diz respeito às métricas. Não podemos esquecer que os clientes têm objetivos comerciais com a internet e que, portanto, precisam ver resultado. Para Interney a mensuração pode ser feita de três maneiras (de preferência, as três de modo combinado):

1-visibilidade: page views e tempo de permanência no site, por exemplo.
2-Influência ou referrais: número de retwittes, links apontando para a página etc.
3-Engajamento: número de comentários não só no endereço fonte, mas nas rede em geral.

Sobre campanhas políticas

Esse ano a internet promete ser uma das protagonistas da campanha eleitoral. Depois do case Obama e da mudança da legislação brasileira, o assunto não passou batido no Interminas. O mata-mata presidencial começa oficialmente no dia 5 de julho e, resumidamente, eis uma listinha do que pode e do que não pode ser feito:

SIM
-Para blogs, redes sociais, site próprio. Caiu a exigência pelo .cam (de campanha) existente nos anos anteriores.
-Para o e-mail MKT, desde de que a base de dados seja opt-in, ou seja, baseada em permissão e não em invasão.
-Para a arrecadação via internet.

NÃO
-Para posts pagos e outras formas pagas. O descumprimento pode implicar multa de até 30 mil.
-Para spam SMS.
-Para banners

Quanto ao direito de resposta (algo mega importante, tendo em vista a delicadeza com a qual os candidatos geralmente se tratam) deve ser exercido no ambiente fonte da ofensa. Ou seja, se a discórdia foi gerada em um blog, por exemplo, a resposta deve ser dada no próprio blog.

Já o prazo para a retirada de conteúdos da rede não possui regra prévia. Cada caso será julgado pela Justiça Eleitoral.

Vídeos

Rolou um momento "revive" com esse vídeo da Apple, que eu adoooorrroooo!



E também esse, depois de uma discussão sobre quebra de paradigmas:



E esse, que é sensacional!:



Mas meu case preferido entre os que foram apresentados foi o da campanha Banners Concert, em que bandas foram convidadas a gravar dentro de espaços correspondentes aos formatos de banners web. Pasmem: o cliente é um banco, o Axion, da Bélgica. Incrível a ousadia, ?



E, pra terminar, uma frase de @renedepaula, tão boa quanto aquela que eu usei pra começar esse post, e que também foi dita no @interminas: "O importante é entender as pessoas e não as tecnologias." Eureka! As tecnologias em si mesmas entrarão e sairão de cena. A cada dia uma ferramenta nova, a cada estação um aparelho novo, uma versão turbinada de alguma coisa. Mas as mudanças significativas e que interferem no nosso trabalho, enquanto profissionais de comunicação, não estão no âmbito do mega pixel, dos botões, das ferramentas enquanto tais. Fazemos comunicação para pessoas, ou melhor, COM pessoas. O "COM", essa palavrinha corriqueira, simples, de apenas três letras, mas tantas vezes esquecida, é etimológica, está na raiz do nosso trabalho, não pode ser deixada pra trás. Que tal, então, pensar nas relações que os meios digitais propiciam e na forma com que elas interferem na vida das pessoas que os utilizam? O que as pessoas pensam? O que elas desejam? O que elas pensam que desejam?... Nesse rumo, o caminho é menos tortuoso...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

BRASIL 2020

"Há certo consenso a respeito da proteção ambiental. Todos são a favor, mas, boa parte, só se for no "meio ambiente" alheio. Quer-se o bem da floresta amazônica, já as obrigações ambientais da empresa... Salvem-se as tartarugas e baleias, já reduzir o próprio lixo... Combata-se a poluição, mas não o uso intensivo do carro particular. As unanimidades em prol da paz, do meio ambiente, do combate à pobreza, às vezes esquecem que é preciso construir na prática a solução para aquilo que incomoda a consciência." (Trecho do texto "Dia da Terra, uma questão de atitude", de Marina Silva. Leia na íntegra aqui).

Hoje, 22 de abril, é dia da Terra. Vi muitas menções ao tema na internet e acabei chegando a esse texto da Marina, com o qual começei este post por pensar que ele sintetiza bem o sentimento que tenho em relação aos temas ambientais.
As discussões sobre o clima parecem com as que temos sobre AIDS. Todo mundo está cansado de saber que tem que usar camisinha, mas a galera não usa. Do mesmo jeito, todo mundo está cansado de saber que a maior parte dos recursos naturais de que fazemos uso não são renováveis. Ou seja, um dia vai acabar. E, mesmo assim, os rios estão lotados de lixo, as pessoas jogam papel da janela de carros e de ônibus da maneira mais descarada possível, e as políticas de reciclagem de lixo são quase inexistentes. Por incrível que pareça, no nosso país as pessoas conseguem revestir de burocracia o que deveria ser feito de maneira banal, fácil, instintiva. A gente quer reciclar o lixo, mas não sabe o que fazer com ele porque a Prefeitura não tem coleta seletiva ou, se tem, ela não abrange metade da cidade. Vivo esse drama não é de hoje!
Mas, mesmo assim, me recuso a desistir. Brinco que certas atitudes ambientalmente corretas, e longe de serem ecochatas, viciam. Reciclar é uma delas. Quando visualizamos o volume de lixo que produzimos e, consequentemente, quanto tomamos consciência sobre o quanto uma única pessoa é capaz de sobrecarregar o meio ambiente com materiais que demorarão centenas de anos para serem decompostos, não temos coragem de desprezar o lixo sem separá-lo. Ou, pelo menos, perdemos o automatismo que nos faz agir sem pensar. E é exatamente esse o ponto. Odeio sermão, mas já está mais que na hora de sairmos do automático.
Não adianta ficar reclamando depois que as tragédias acontecem, gente?!. Atualmente, acho que podemos classificar esses desastres de duas maneiras: 1-estamos pagando pelo que estamos fazendo (e não faltam má notas pra contar); 2- estamos pagando pelo que nós não estamos fazendo (sim! Em se tratando de meio ambiente, omissão conta. E muito.) Não podemos participar de Copenhague, mas podemos, facilmente, mudar o que está perto de nós. Conheçam aqui 50 dicas para ajudar o planeta.
É com base nesse raciocínio que está entrando em cena uma campanha muito bacana, a Brasil 2020. A ideia é antecipar as metas de redução das emissões de carbono para 2020 (e não 2050, como tem sido discutido), além de consolidar uma economia climática global até essa data. E o mais legal disso é que a população civil está incluída! Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o site oficial e o Twitter. Essa é uma causa que vale a pena!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ELEIÇÕES 2010. COM INTERNET.

Há poucos dias assisti a uma palestra intitulada "Mobilização Política e Redes Sociais". Em ano eleitoral, confesso que saí de casa achando que as campanhas políticas que estão por vir seriam o centro da discussão. Afinal, nas eleições 2010 as mídias digitais poderão ser usadas pela primeira vez, apesar de uma listinha (nem tão básica) de restrições. Levei um balde de água fria não só porque a abordagem dos palestrantes não foi a esperada, mas também porque tive a impressão de que, mais uma vez, estavam querendo reinventar a roda. Passamos por exemplos clássicos de mobilização social através das redes, como a campanha do Obama, e por algumas reflexões que culminaram na já conhecida importância de se discutir a internet e o poder de agendamento das comunidades virtuais.

No mês de Março deste ano, nos EUA, o Facebook superou o número de acessos do Google. Acaso? Ocorrência que pode passar em branco? Penso que não. É mais um indicativo consistente de que, cada vez mais, a relevância da informação e o consumo por indicação são determinantes: reputação é a palavra-chave quando pessoas estão em busca das opiniões, críticas, impressões de outras pessoas. Como já discutimos em alguns posts aqui, esse é um entendimento extremamente significativo na vida das marcas e das empresas e, com certeza, fundamental também quando o assunto é política.

Ainda há muito o que se testar e se descobrir. Nas eleições desse ano, embora já existam muitas experiências anteriores (em outras situações e países) que apontem caminhos, teremos a chance de aprimorar nossos fazeres e, quem sabe, suprir alguns furos ou carências dos processos eleitorais anteriores. Transparência é a palavra em que aposto: o eleitorado está carente dela e a internet é um mar de possibilidades para que essa qualidade seja explorada, seja como característica do candidato, seja pelo perfil das ações que podem ser propostas e desenvolvidas.

Nunca faz mal lembrar, no entanto, que estamos fazendo comunicação, ou seja, participando de um processo vivo, em que não existem fórmulas mágicas que resolvam problemas. E, claro, não se trata de chute e muito menos de obrigação. Entrar na rede, principalmente durante uma campanha, é estar ciente de seu funcionamento. Uma ferramenta isolada, usada sem consistência e sem monitoramento, não resolve a vida de ninguém. Ao contrário, pode causar sérios problemas. Então, se você é candidato, não ache que basta criar um blog ou um Twitter e tudo estará resolvido. GERENCIAR É A PALAVRA DE OURO!

Para ajudar nessa complexa tarefa de mapear e gerar feedback em um curto espaço de tempo aos usuários, olhem isso. Trata-se do Observatório da Web, uma plataforma cuja proposta é acompanhar a evolução e a disseminação da informação na internet a partir de seus eixos temáticos. As eleições 2010 e a Copa do Mundo serão o objeto de teste desse projeto coordenado pela UFMG.

quinta-feira, 11 de março de 2010

P.P. DO BEM

Esse vídeo me fez lembrar a comum e antiga (!) discussão em torno da ética na publicidade. Costumeiramente nós, publicitários, somos alvo de ataques e acusações sobre os malefícios das campanhas que produzimos. A nós, já foram dedicados os títulos de "mentirosos", "enganadores", "financiadores do capitalismo".

Não vou dizer que essa questão nunca foi motivo de conflito pra mim. Foi e, em algumas situações, ainda é. Mas também me é muito claro o fundamental papel desempenhado pelos profissionais de comunicação na vida das empresas e dos cidadãos em geral. A publicidade está intimamente ligada à circulação da informação, elemento, esse, fundamental para que seja mantido o nosso sagrado direito de escolha. Sim, ela nos influencia, estimula a criação de demandas, reveste o consumo de simbolismo. Mas também estamos cansados de saber que os modelos "hipodérmicos", que reservam ao consumidor o simples lugar de "esponja" do que a mídia veicula, estão muito longe de explicar a complexidade dos processos comunicativos.

A cada vez que a "ética" entra na roda pra ser discutida, ao invés de nos envergonharmos ou temermos, acredito que podemos agradecer e aproveitar duas chances: 1- a do exercício democrático; 2-a de ultrapassarmos debates que ficam no campo do que é ou não moral (e que são muito complicados, porque a moral tem a ver com questões culturais), para ampliarmos os parâmetros e conversarmos sobre o respeito ao "ser humano". E, até quando se pratica o "moralismo" ao invés da proteção da ética, como nos casos em que filmes saem do ar por colocarem em cena alguns tabus ainda difíceis de serem socialmente assumidos; acho que está valendo! Por que? Porque é mais uma prova de que o direito de discordância e de escolha ainda se mantém... E de que a publicidade não é tão impositiva assim...

Como toda profissão, ela pode ser praticada de várias maneiras, com ou sem responsabilidade, com maior ou menor cuidado, com mais ou menos observância da legislação... Não é preciso ser publicitário para ser o vilão da história, ?

O filme deste post é um exemplo do lado educativo e socialmente responsável da publicidade... E, mais, de como ela pode tratar de assuntos difíceis com delicadeza e beleza, facilitando que eles sensibilizem as pessoas e produzam algum tipo de resultado positivo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DE MALAS PRONTAS

O que há do outro lado? É possível atravessar?...
Embora de formas diferentes, essas perguntas habitavam a mente de grande parte dos que viviam naquele pequeno povoado chamado “Nosso lugar”, localizado na fronteira do “País de origem”. Pode ser que algumas pessoas tenham deixado as perguntas guardadas - por preferência ou desconhecimento - em gavetas nunca abertas. Ou, ainda, que elas tenham sido adormecidas por circunstâncias diversas, até que fosse possível retomá-las e despertá-las. Mas, ainda assim, o importante é que, em algum momento, essas duas questões nasceram e deixaram suas marcas na vida de cada um daquele povoado.
Um pequeno grupo de jovens amigos, no entanto, preferia cultivar essas perguntas a cada encontro, sempre nas melhores hortas da imaginação de cada um. Respeito, Coragem, Medo, Acerto, Erro e Gentileza se conheceram na escola, ainda na infância. Eram um sexteto inseparável. As famílias sempre foram amigas e, essa proximidade, fez com que os laços de afeição surgissem entre os filhos de maneira espontânea e genuína.
Certo dia, o sonho compartilhado pelos seis, e alimentado por aquelas duas perguntas de que já falamos, se tornou irresistível. O ponta-pé de que os amigos precisavam foi dado em uma tarde de domingo, em que eles andavam pela região que separava “ País de Origem” de “Próxima Nação”. Uma ponte longa e fina, feita de madeira e corda, dividia e unia os dois lugares. Embaixo dela, um grande vale.
Não havia qualquer barreira impedindo a passagem e a travessia. Só uma pequena e velha placa onde se lia em tinta gasta “Cuidado. Perigo.” Apesar da falta de impedimento, ninguém se arriscava. A área estava sempre deserta e talvez isso conferisse a ela ares melancólicos ou mais ameaçadores do que de fato possuía. Era estranho pensar na falta de uso da ponte. Afinal, se ela havia sido construída, alguém já tinha compartilhado daquele mesmo sonho de atravessar. Alguém já tinha feito aquilo antes. A ponte não estava ali por acaso.
Talvez tenha sido esse o raciocínio que fez os seis amigos decidirem pela tentativa de chegar ao outro lado. Precisaram de algum tempo pra se preparar: essa etapa durou três meses e foi feita em silêncio. No dia da partida, cada família recebeu apenas um pequeno, mas completo bilhete: “Fui buscar o meu sonho. Amo vocês!”
Na hora marcada lá estavam eles, os seis, diante da pequena entrada da ponte. Eles sabiam que não seria simples atravessar. Temiam que a velha estrutura de madeira não aguentasse. Traziam mochilas pesadas, com corda, roupas, comida. Não sabiam ao certo do que precisariam e nem quanto tempo levariam para cruzar aquele longo caminho e explorar a “Próxima Nação”.
- Como faremos? Quem vai primeiro? – perguntou Gentileza.
- Eu vou! - Respondeu Coragem. - Não é tão difícil assim…
- Tem certeza? Da última vez que você disse isso voltou pra casa com o braço quebrado! – A memória de Erro chegava a ser desagradável, de tão pontual e infalível. Às vezes irritava a insistência que ele tinha em lembrar.
- Tenho. – Retrucou Coragem, sem se abater pelas lembranças do amigo.
E assim foi ela, uma adolescente jovem e corpulenta, vistosa, com os cabelos lisos e claros que escorriam pelas costas até a cintura. Era dona de uma pele morena-avermelhada e de um sorriso largo e alinhado.
Coragem segurou as cordas que formavam uma espécie de corrimão ao longo da estreita ponte e, ágil e ávida por se aventurar, como era, se pôs a caminhar. Rápido demais. As cordas entrelaçadas na madeira fixavam o material, mas não deixavam a estrutura rígida o suficiente.
Era preciso força e cautela para manter o equilíbrio. Coragem se desequilibrou e por pouco não caiu. Voltou ao encontro dos amigos na entrada na ponte, sob as já esperadas gozações de Erro:
- Eu sabia que não ia dar certo!
- Por que não vai você então? Vá na frente e nos mostre como é! – Desafiou Coragem, enquanto Erro ria, sentado no chão.
- Medo?! Você acha que pode tentar agora? – perguntou Gentileza
- Não vou conseguir – respondeu Medo em completo pânico.
- Eu quero tentar de novo! – Disse Coragem. – Mas preciso de alguns minutos pra me recuperar do susto. Medo, não caminhe tão rápido como eu fiz. Vá! Você consegue!
Medo se dirigiu à entrada da ponte. Era visível o esforço que ele estava fazendo para estar ali. Mas era um sonho. Ele precisava tentar.
Medo era um menino tímido e cabisbaixo. Falava pouco, nunca se metia em discussões ou disputas na escola. Alguns o tratavam como uma pessoa covarde. Não era. Ele apenas ainda não tinha descoberto do que era capaz.
Medo se posicionou na frente da ponte, agarrando firme as cordas dos dois lados. Também tinha uma corda amarrada na cintura e em poder dos amigos Gentileza e Respeito, para caso ele precisasse. Mas Medo não saiu do lugar, simplesmente porque não conseguia olhar pra frente.
- Medo, você sabe que pode atravessar. Basta olhar pra frente e ir devagar, no seu tempo. – Incentivou Acerto.
- Não, eu não posso. Não sou bom nessas coisas. Vocês sabem… Desculpem, mas eu não posso. Vocês podem prosseguir sem mim.
E ele voltou. Momentaneamente derrotado pela força enorme de uma palavra tão pequena: “não”.
- Quem vai tentar agora? – Perguntou Gentileza.
Foi então que Respeito, que até então ouvia e observava tudo em silêncio, resolveu se manifestar. Ele era um homem simples, pacífico, cativante. Sempre com um sorriso no rosto, era impossível não gostar dele.
- Acho que precisamos rever a nossa estratégia!
- Acha que devemos desistir? - Indagou Acerto completamente desapontado. Ele ainda não tinha tido a própria tentativa. Queria fazê-lo! Queria atravessar!
- Não estou falando em desistir, mas acho que, desse jeito, estamos perdendo o nosso propósito.
- Você pode explicar um pouco melhor? – pediu Gentileza
- A ideia não era fazermos isso juntos? Esse não é um sonho de um, mas de seis. De que adianta chegarmos ao outro lado se alguém de nós ficar pra trás?
Os seis amigos se entreolharam e isso bastou para reconhecerem que alguma peça estava fora do lugar. E eles sabiam o que era:
- E se atravessarmos todos ao mesmo tempo? – Eles disseram quase que em uníssono, com os olhos se iluminando, como quem faz uma descoberta.
- Isso! – Exclamou Respeito afirmativamente. - Alguém tem alguma sugestão sobre como fazer?
- Pelas nossas experiências anteriores, sugiro que o Respeito vá na frente, abrindo caminho. – Sugeriu Acerto. – Todos concordam?
- Eu posso vir em seguida, de mãos dadas com o medo. – Disse Coragem.
- Eu concordo – Respondeu Medo.
- Erro?! – Chamou o Acerto. – Você acha que consegue me carregar nas costas? Assim podemos garantir uma visão geral do grupo e antecipar possíveis problemas.
- Perfeitamente. – Respondeu Erro.
- E, se vocês não se importarem, posso me revezar ocupando lugares variados entre vocês. Acerto, procure me abastecer de informações porque, assim, caso alguém precise de ajuda, eu estarei pronta a colaborar. – Pediu Gentileza.
E assim foram os seis. Respeito, Coragem, Medo, Erro, Acerto e Gentileza. Nos ombros do Erro, o Acerto ganhara um brilho novo. Ao contrário do Erro - uma figura forte e marcante - o Acerto era delicado e simples. Gostava de se planejar, era metódico, alegre. Andava sempre com o Erro, seu melhor amigo e, juntos, podiam exercitar a melhor versão de cada um. Gentileza era uma mulher rara: doce, amigável, esperançosa. Vendo assim, de longe, ninguém dava muito crédito a ela: magrinha e esguia, os amigos sempre brincavam que ela cabia em qualquer lugar. E acho que cabia mesmo!
Não podemos dizer que a travessia foi fácil. Não foi. Mas, juntos, eles conseguiram. E, só isso, já era muito. Também juntos eles puderam aprender a ler o “País de Origem” com novos olhos e descobrir que a “Próxima Nação” podia ser linda ou não: isso dependia mais deles próprios do que de qualquer outra pessoa. Lindo, mesmo, era o prazer de descobrir! E ele fez tudo valer a pena!
Criei essa pequena história, como uma metáfora para a minha viagem que, gentilmente, vocês se dispuseram a acompanhar. Com quantas pontes nos confrontamos ao longo da vida? São tantas, ? Às vezes as encaramos de forma tão complicada, quando tudo o que temos que fazer é atravessá-las, olhando pra frente e sempre buscando uma parceria entre o respeito, a coragem, o medo, o acerto, o erro e a gentileza. Talvez os seis não possam mesmo viver sozinhos. Coragem sem medo é inconsequência. Acerto sem erro é, provavelmente, estar sempre estagnado, repetindo as mesma coisas, sem poder ir pra frente e experimentar o delicioso sabor do que é novo. Viver e, principalmente, conviver, e não respeitar, é não ser capaz de se sensibilizar, de se emocionar, de se rever, de compartilhar. E a gentileza?... Tão simples, tão modesta, mas tão clara, tão generosa, tão maravilhosa…
Há dois meses, escrevi um post com o mesmo título que dei pra este: “De Malas Prontas”. Só que, agora, tenho uma bagagem mais pesada, não só de "bugigangas" (hehehehe), mas de tudo o que eu vi, senti, toquei, ouvi, aprendi. Por tudo isso, sou uma pessoa diferente também, modificada pela primeira tentativa bem sucedida de descobrir o que está do outro lado, além da velha ponte de madeira. Ponte que eu ainda quero atravessar muitas vezes.
A cada um dos que acompanharam essa minha pequena aventura, obrigada pelo carinho, interesse e disponibilidade. Que tal um comentário pra que eu possa guardar de lembrança?
Aos que estão no blog pela primeira vez, sejam bem vindos e voltem sempre!
Agora, meus amigos, tenho o prazer de dizer que estou voltando pra CASA!!!
Saudades, Brasil!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

INTERCÂMBIO VALE A PENA?

A viagem está chegando ao fim... Foram muitos passeios, muitas risadas, muito estudo, muito aprendizado e, finalmente, depois de mais de 60 dias fora de casa, podemos responder a pergunta mais importante: Intercâmbio vale a pena?
Seguramente, essa foi uma das melhores experiências da minha vida. Intercâmbio vale muito a pena e, não só é a maneira mais interessante e eficiente de aprender ou melhorar uma língua estrangeira, como uma oportunidade bacana de repensar algumas coisas, nos testarmos em novas situações, nos conhecermos melhor. Nos últimos posts, falamos sobre algumas dúvidas que povoam a cabeça e o coração do intercambista, e que podem ajudar quem pretende viajar. Claro, não há receitas nem respostas prontas pra nada. O seu caminho, na sua viagem, é você quem vai construir. No entanto, lembre-se sempre de que você é a visita. É você quem tem que se adaptar ao país, à família, à escola; e não o contrário. Use seu bom senso. Sempre. Tem certas coisas que não são regra, mas sinal de respeito.
Durante o tempo em que estou aqui, vi muitos jovens "em fuga", procurando no intercâmbio a oportunidade de fazerem o que quiser longe dos "olhos" dos pais: beber muito, namorar muito, sair todo dia, quebrar todas as regras. A minha opinião sobre isso - e não é lição de moral ou nada parecido, mas só uma opinião - é a de que, se você não tem liberdade no seu país, é porque você não sabe o que fazer com ela. Liberdade a gente conquista. E, quando a gente consegue, ela não dura apenas um intercâmbio. Mas, ainda assim, pra quem está em fuga - dos pais, de si, ou seja lá de quem for - vai um lembrete: você está vindo pra um país onde a lei existe. Se você quiser ser louco, ok. Mas não seja burro!
E aproveite. Curta cada segundo, porque é único, é maravilhoso, passa rápido e você vai querer voltar!... Como eu quero.

AOS QUE VIRÃO - PARTE 2

Hoje continuaremos a responder algumas perguntas que podem ajudar quem pretende fazer intercâmbio, principalmente se for aqui em Toronto. Se você está chegando agora no blog, já conversamos um pouco sobre isso em um post chamado "Aos que virão - parte 1". Algumas pessoas que também já moraram fora do Brasil deram suas contribuições comentando e falando de suas próprias experiências. Vale a pena conferir.

10 -Qual a melhor maneira de levar dinheiro pro exterior? Se você tiver dinheiro em mãos pra comprar dólares, você deve fazer um Visa Travel Money. O nome na verdade é "cash passport" e a Visa não me pagou pra eu fazer propaganda dela aqui...heheheh... Mas é a bandeira mais aceita aqui no Canadá e nos EUA. Por isso você deve optar por ela. Não é melhor levar um cartão de crédito internacional? Não, porque os impostos que você paga para utilizá-lo são maiores e você fica completamente vulnerável à flutuação do dólar. É interessante trazer um cartão de crédito mas deixá-lo reservado para emergências e para compras maiores, que você não queira pagar à vista. O Travel Money funciona como um cartão de débito em moeda estrangeira. Se você preferir, pode sacar dinheiro em qualquer caixa eletrônico que tenha a bandeira "Plus". Mas, se for fazer isso, não saque pequenas quantidades porque esse tipo de movimentação tem custo (ao redor de $2,00). Esse cartão é recarregável e você pode acompanhar suas transações pela internet. Onde faço o cartão? Em casas de câmbio. É interessante comprar dólares no mercado legal, porque você recebe nota de tudo o que está comprando e, caso a alfândega questione se você tem dinheiro pra entrar no país, basta apresentar esses recibos. Então, não saia do Brasil carregando tufos de dinheiro: é perigoso e desnecessário.

Uma coisa importante, é pesquisar bastante antes de comprar moeda estrangeira, porque há muita diferença de um lugar por outro. Às vezes os bancos oferecem preços menores, mas cobram algumas taxas de compra altas e estão menos propícios à negociação do que as casas de câmbio. E, se você está vindo pro Canadá, lembre-se de encomendar seu dinheiro com dois ou três dias de antecedência porque, geralmente, o dólar canadense não existe de pronta-entrega.

11-Como devo me deslocar em Toronto? O metrô é o melhor meio de transporte em Toronto e corta a cidade de norte a sul (linha amarela) e de leste a oeste (linha verde). Quando chegar, compre um "metropass" imediatamente. O custo é de $99,00 para estudantes e de $121,00 para quem não se enquadra em nenhum programa de desconto. Com esse passe, você tem direito a usar toda a rede de transporte público da cidade, quantas vezes por dia for necessário. Ao entrar no ônibus, basta apresentar o cartão ao motorista. Sem o cartão, o custo é $3,00 a cada deslocamento. Se você vai ficar menos de um mês em Toronto, pode optar pelo passe semanal, cujo custo é de $36,00 ou de $28,00 para estudantes.

12-É verdade que os ônibus passam de 3 em 3 minutos porque as pessoas congelam se ficarem expostas ao frio por mais tempo? Não. Os horários variam conforme a linha, mas a média é de 10 minutos entre um ônibus e outro. Não é agradável ficar no frio esperando mas, se vocês estiver com roupas adequadas, não há o menor perigo de você congelar em tão pouco tempo.

13- Como devo lidar com o frio? -10 graus soa mais assustador do que realmente é. Até -15, o nosso corpo lida bem com a baixa temperatura. Manter os pés aquecidos é, provavelmente, o que há de mais importante. Recebi essa dica de uma amiga (Valeu, Dani!) e, assim que cheguei, comprei uma bota adequada para neve. É um investimento que vale a pena fazer. Não no Brasil, logicamente, mas assim que você chegar aqui: é muito mais barato e as opções são inúmeras.

Agora, uma lista de passeios interessantes em Toronto e arredores:

-Royal Ontario Museum
-CN Tower
-Casa Loma
-Bata Shoe Museum
-Art Gallery of Ontario
-Niagara Falls
-French Canada (Montreal, Ottawa, Quebec)
-Zoo
-Vaughan Mills (para compras)
-Skiing
-Parliament Building
-Ontario Science Centre

Alguns desses passeios são organizados pela própria escola. Os que são fora da cidada, como Niagara, Sky, French Canadá, são feitos por agências de turismo. Em China Town os preços são sempre mais baratos mas, eu, particularmente, acho que não vale a pena. O acompanhamento do guia é muito útil nessas atividades em que o tempo é curto e há muitas coisas pra conhecer. Então, uma pessoa falando chinês ao invés de inglês significa empobrecer o seu passeio em termos de informações.

Se você deseja saber mais sobre algum desses tópicos de que falamos, ou se tem dúvidas de outra natureza, entre em contato. Se você é intercambista, já foi ou vai ser, participe comentando, fazendo críticas e sugestões e ajudando a enriquecer esse post. Se você não quer fazer intercâmbio, mas gosta ou odeia esse blog, comente também!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

HAPPY BIRTHDAY!


Fazer aniversário fora de casa, longe do colinho e do abraço quente daqueles que nós amamos não é, a princípio, lá muito bom. Hoje, estou passando por essa experiência aqui em Toronto: 24 anos. Puts! Quase um quarto de século!... É a idade chegando! heheheh
Mas o dia 18 de Fevereiro de 2010, que começou sem grandes expectativas, me reservou bonitas surpresas e, confesso, vai terminar com um gostinho especial de quem pôde festejar e experimentar o carinho das pessoas de uma maneira nova.
Tem um frase, de que eu gosto muito (acho que de uma música do Caetano Veloso), que diz que "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...". Hoje me lembrei muito dela ao pensar sobre como as pessoas experimentam o amor, o carinho ou qualquer sentimento que seja, de maneira diferente mas, nem por isso, menos tocante, menos digna, menos significativa. Achei bonito a maneira que a Sofia, minha host mother, encontrou de me fazer "importante" nesse dia de hoje e de me dizer que eu vou deixar alguma marquinha aqui quando eu for embora.
Logo no café da manhã, quando entrei na cozinha, no pacote em que estava meu almoço havia também um guardanapo, estampado com um sorriso e o desejo de um feliz aniversário. À tarde, quando cheguei em casa, Sofia me deu um abraço tímido, daqueles em que os corpos quase não se encontram, disse que eu sou uma garota especial e que cozinharia spaghetti no jantar, porque, na China, é o desejo de que nossa vida seja longa, assim como cada um dos fios da massa. Após o jantar, uma surpresa: um bolo, com meu nome - aqui no Canadá as pessoas só me chamam de Maria. Em casa, sou a Maria B, de Brasil, porque há uma outra Maria, da Venezuela. E também ganhei um cartão, com uma mensagem de cada uma das pessoas que mora comigo: agora somos 8! Ontem chegou mais uma, vinda da Guatemala.
Ao voltar pro meu quarto, outra pequena grata surpresa: Hiroko, que chegou há apenas uma semana do Japão e que é uma doçura de pessoa, bateu na minha porta com um sorriso tímido e um inglês igualmente acanhado, me trazendo presentes de aniversário. Me emocionei. Meu aniversário estava completo. Não tive vontade de comparar. Não precisei fazer sentenças condicionais do tipo "se eu estivesse no Brasil, meu aniversário...", porque tudo o que importou no dia de hoje é que eu pude ver que cada um estava fazendo o melhor que podia naquele momento para me aquecer e fazer o meu aniversário mais alegre.
Do Brasil também vieram palavras especiais. Mãe, pai, , tia, namorado, amigos amados da EMC2, Carolzinha, Dindo e Dinda, Renato. Obrigada por terem feito o carinho de vocês chegar até mim. Chegou, e me aqueceu: hoje o frio de Toronto não foi nada!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"I DON'T SPEAK ENGLISH"


Confesso que para hoje estava previsto um outro post, no qual eu pretendia continuar respondendo algumas perguntas importantes na vida de quem pretende fazer intercâmbio. Mas, ao chegar na escola, fui surpreendida por uma história realmente irresistível. Então, o post "Aos que virão - parte 2" será o nosso próximo, ok?. Nele trataremos de questões fundamentais, como dinheiro e transporte, além de passeios interessantes.

Bom, vamos aos fatos. Imaginem vocês um brasileiro de 26 anos que deixou o país de origem sem falar absolutamente NADA de inglês. Como vocês podem supor, só a viagem de vinda dessa criatura até Toronto rende um livro: sim, ele desembarcou no Canadá praticamente um profissional da mímica... Se não encrencaram com ele na imigração? Claro que não... Simplesmente "entregaram pra Deus" e deixaram ele entrar. Não adiantava perguntar nada mesmo...hehehehe. Foi, então, que, percebendo o tamanho da missão que estava por vir - pois o viajante ficará seis meses em Toronto, Deus achou melhor designar o melhor Anjo da Guarda disponível no céu naquele momento para acompanhar o cara. E o Anjo não brincou em serviço. Mandou o protegido para a mesma host family em que estava a Carol (sim, ela mesma... A nossa famosa personagem aqui do blog). Foi a salvação naquele primeiro momento. Logicamente, a regra número um de só se falar inglês dentro da casa foi quebrada logo no começo, porque nem a Carol nem os membros da família eram bons de mímica, e a necessidade de fazer o recém-chegado sobreviver falou mais alto... Reparem no uso do verbo "ser" no passado, no trecho "eram bons de mímica". Terá a família melhorado suas habilidades com a comunicação através de sinais? Não, meus caros leitores. Como vocês sabem, Carolzinha já fez o seu brilhante retorno (narrado aqui no blog) a terras brasileiras. Já a família, continua não sabendo mímica, mas não é mais a host family do protagonista de hoje. Por que não? Porque ele conseguiu ser expulso da casa, após apenas duas semanas de estadia!!! Não é incrível? O que ele fez? Convidou, por duas vezes, garotas "achadas" na boate para passar a madrugada com ele na homestay!!!... O que aconteceu após a aceitação do convite vocês podem imaginar sozinhos...hehehehe... Não tem Anjo da Guarda que aguente o tranco!

Ok. O garoto foi chamado na escola e enviado a uma nova casa na última sexta-feira. E, claro, a história não termina aqui. Na noite de sábado, ele foi pra balada, mas a boate não estava boa. Então, por volta de 2h30, ele deixou o local pra voltar pro novo lar. Ops!!!! O lar era novo!!! Sim, meus amigos, ele esqueceu o endereço!(?). Pegou um ônibus, pegou outro, mas a mesma questão o acompanhava: onde devo descer? Nesse momento, exausto que estava devido aos acontecimentos anteriores, o Anjo da Guarda dormia profundamente em uma nuvem macia do céu e, realmente, não pôde ajudar. Então, sem saber o nome de sua rua, nosso viajante rodou seis horas de ônibus. Ele conheceu toda a cidade de Toronto, de uma ponta a outra, algumas vezes, até ser convidado a se retirar o veículo. Durante esse tempo, ficou encolhido na cadeira do ônibus sem muito o que fazer, já que o motorista também não era bom de mímica e muito menos de adivinhação: sem o endereço, era impossível ajudar...

Lembro aos queridos leitores, que estamos no inverno e que a temperatura durante a madrugada é de cerca de -10 graus. Por mais que se encolhesse dentro do ônibus, o frio tomou conta e os dedos do nosso amigo começaram a congelar e a colar uns nos outros. Quando amanheceu o dia, e o metrô - e o Anjo da Guarda - voltaram a trabalhar, finalmente foi possível encontrar o caminho de casa. Ao chegar, ele ainda precisou enfrentar uma missão cabelereiro, durante a qual usou um secador de cabelo para descongelar o dedo mindinho e desgrudá-lo dos outros. Para alívio absoluto do Anjo da Guarda, o protegido dormiu durante todo o Domingo para se recuperar da aventura.

Sim, essa é uma história verídica e o personagem de hoje se chama Renato (foto): um dos maiores caras-de-pau que eu conheço mas, também, dono de uma coragem admirável.

Espero que tenham se divertido tanto quanto eu.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AOS QUE VIRÃO

Em duas semanas deixo Toronto para voltar ao Brasil. Embora ainda tenha muita coisa pra acontecer e alguns passeios previstos, já é possível começar a responder algumas questões sobre a experiência do intercâmbio. Assim, não só satisfazemos a curiosidade da família e dos amigos sobre algumas questões-chave em viagens como essa, mas também, e principalmente, clareamos alguns pontos para quem pretende viajar.
1-Toronto é uma boa cidade para se fazer intercâmbio? Depende. Se você tem um nível de inglês básico ou não sabe nada da língua, não é um bom lugar. Por que? Porque Toronto tem um índice de imigração altíssimo. Você encontra aqui pessoas de todas as partes do mundo. Consequentemente, a gente ouve, o tempo todo, um inglês com muito sotaque e, não raramente, errado gramaticalmente, o que não é uma boa para quem está aprendendo. Por que isso acontece? A maior parte das pessoas que imigrou aprendeu a língua no uso, fora da escola. E existe um complicador: aqui, na escola fundamental, o ensino de gramática foi abolido. Ou seja, os próprios canadenses têm dificuldade com o uso padrão da língua. Uma pesquisa feita em uma universidade de Toronto mostrou que 40% dos estudantes de ensino superior não sabiam como lidar com construções gramaticais básicas, quando questionados sobre elas. Ou seja, as pessoas simplesmente falam a língua sem se preocuparem se está correto ou não.
E se meu nível de inglês é intermediário ou avançado? Aí sim pode ser interessante, porque você será muito estimulado a melhorar as habilidades de audição. Na minha primeira semana aqui, parecia que as pessoas falavam grego e não inglês. Mas, com o tempo, a gente vai aprendendo a ouvir, o que é muito importante.

2-Escolher morar com host families é a garantia de vivenciar o modo de vida canadense? Definitivamente, não. A maior parte das famílias que recebe estudantes NÃO é canadense. E Toronto tem a particularidade de permitir que os imigrantes mantenham seus antigos hábitos trazidos do país de origem. A cidade é toda dividida em áreas, como a chinesa, a italiana, a grega etc.

3-Existe um padrão para a escolha das famílias? Por incrível que pareça, NÃO. É uma questão de sorte. Existem casas que fornecem toda a infraestrutura de estudo e bem-estar e são mais flexíveis com relação a horários, banho e refeições, por exemplo. Mas há casas, e não são poucas, onde não existe qualquer tipo de abertura ou preocupação com a qualidade do que é oferecido ao estudante. Onde eu vivo, por exemplo, tenho TV, internet, quarto aquecido, mesa de estudos, banheiro individual. Mas não foi assim com a maioria das pessoas que conheci aqui. Isso quer dizer que não existe nenhum controle? Não, porque na escola preenchemos dois formulários de avaliação das famílias: um quando entramos e um quando saímos. Mas realmente não dá pra entender o que é feito com essa ficha. Fato é que, embora todos paguem o mesmo preço, nem todos podem contar com a mesma infraestrutura, o que, obviamente, não é justo.

4-E a família? Por que ela recebe estudantes? Esse é o ponto de maior decepção da maioria das pessoas com as quais eu conversei. Geralmente os estudantes vêm animados com uma possível troca cultural, esperando passeios na companhia da família etc. Era o meu caso. Mas isso é a exceção e não a regra. Vi isso acontecer? Vi. Com duas pessoas, que foram para famílias canadenses (geralmente mais abertas a esse envolvimento). Mas, geralmente, esse tipo de interação não ocorre. A família recebe estudantes como uma forma de complementar sua renda. Tem a sua própria rotina e não se envolve com a nossa. O que a gente tem que entender, é que se trata de uma outra cultura, bem diferente da do Brasil. Quase sempre, a família não faz por mal ou indiferença, mas simplesmente porque faz parte de uma outra realidade, mais fechada.

5-E as refeições? Vale a pena pagar o pacote completo de três refeições por dia? Esse é um ponto muito complicado, porque cada família lida com a alimentação de maneira diferente. O que é preciso saber é que o almoço aqui não é a refeição principal, como no Brasil. Então, é muito comum que a gente receba pão com ovo, por exemplo, como almoço (aliás, ovo é palavra proibida pra mim durante um ano depois que eu voltar pro Brasil!). É interessante trazer um dinheiro à parte, já pensando em almoçar, porque realmente faz muita falta. Quanto? Uma média de 10 dólares por dia.

6-Toronto é uma cidade barata? Não. Uma das mais caras do Canadá. As taxas aqui são altíssimas. A título de comparação, uma souvenir que custa 2 dólares em NYC, por exemplo, custa pelo menos o dobro aqui, mais as taxas.

7- E Vancouver? É uma boa? Se você vai viajar em Dezembro ou Janeiro, não. Chove praticamente todos os dias, o que atrapalha muito se você pretende explorar a cidade.

8-Vale a pena fazer o curso intensivo de inglês (30 horas semanais)? Quando a gente está no Brasil tudo o que pensamos é em aproveitar ao máximo o tempo do intercâmbio pra aprender e melhorar a língua. Mas saiba que o processo de aquisição de um outro idioma não é simples para o nosso cérebro. No início, a gente fica muito cansado, tem muito sono e dor de cabeça. Então, 6 horas de aula por dia é uma carga bastante pesada. Ao escolher o programa, vale a pena combinar aulas mais cansativas, como a de gramática, com aulas mais leves, como as de comunicação ou cinema.

9- E a escola? A ILSC é excelente. Mas 60% dos alunos são brasileiros. Outros 20% são orientais e os 20% restantes são vindos de outros países. Esses números são oficiais, ok? Isso é ruim? Depende. Dentro da escola é expressamente proibido falar português e isso pode render suspensão. Fora dela, não vou mentir, a gente acaba falando. Mas, ao mesmo tempo, quando combinamos de só falar inglês, não existe pronúncia melhor que a do brasileiro. A dos orientais é medonha!!!! Então, preferi ficar na companhia dos brasileiros e ouvir um inglês limpo e correto, sem mutações genéticas! hehehehee.
Por hoje é só. Se você já foi intercambista ou vai ser, comente, discorde, concorde, dê sua sugestão. No próximo post, uma relação dos lugares imperdíveis de Toronto!