terça-feira, 27 de abril de 2010

INTERMINAS 2010

No último sábado, aconteceu, em Belo Horizonte, o Interminas 2010, um evento dedicado a discutir a Internet e seus desdobramentos nos planos de comunicação das empresas, nos modelos de negócio, na vida das marcas. Pra quem não pôde comparecer, faço uma pequena compilação dos pontos altos do evento e dos cases mais bacanas que rolaram na ocasião.

"Seja um jardineiro"

Essa frase foi dita durante a palestra de @kenfujioca e, pra mim, poderia ser a frase-chave, se tivesse que escolher uma para sintetizar o evento. Por que? Porque internet sem monitoramento e gerenciamento é, praticamente, um suicídio. O trabalho de relacionamento, de cultivo (para usar a metáfora dos jardins), de cuidado da informação é, portanto, crucial e, como o próprio Ken disse, muitas vezes mais importante que a publicidade em si.

Também sobre monitoramento e, principalmente, sobre diagnóstico, falou @interney, que insistiu em uma importante questão: não atire para todos os lados! Eu sempre digo, nas palestras e cursos que dou, que a internet não é lugar de falar com todo mundo, mas com as pessoas certas. Não faz o menor sentido montar um plano de mídia que inclua todas as redes sociais se

1- Você não for capaz de abastecer todas elas de conteúdo, periodicamente!
2- Seu público-alvo não estiver lá. Afinal, pra que perder tempo com um cara que não te interessa? Para descobrir se ele está ou não, vale um diagnóstico prévio.

Uma outra questão importante sobre a qual Interney falou, diz respeito às métricas. Não podemos esquecer que os clientes têm objetivos comerciais com a internet e que, portanto, precisam ver resultado. Para Interney a mensuração pode ser feita de três maneiras (de preferência, as três de modo combinado):

1-visibilidade: page views e tempo de permanência no site, por exemplo.
2-Influência ou referrais: número de retwittes, links apontando para a página etc.
3-Engajamento: número de comentários não só no endereço fonte, mas nas rede em geral.

Sobre campanhas políticas

Esse ano a internet promete ser uma das protagonistas da campanha eleitoral. Depois do case Obama e da mudança da legislação brasileira, o assunto não passou batido no Interminas. O mata-mata presidencial começa oficialmente no dia 5 de julho e, resumidamente, eis uma listinha do que pode e do que não pode ser feito:

SIM
-Para blogs, redes sociais, site próprio. Caiu a exigência pelo .cam (de campanha) existente nos anos anteriores.
-Para o e-mail MKT, desde de que a base de dados seja opt-in, ou seja, baseada em permissão e não em invasão.
-Para a arrecadação via internet.

NÃO
-Para posts pagos e outras formas pagas. O descumprimento pode implicar multa de até 30 mil.
-Para spam SMS.
-Para banners

Quanto ao direito de resposta (algo mega importante, tendo em vista a delicadeza com a qual os candidatos geralmente se tratam) deve ser exercido no ambiente fonte da ofensa. Ou seja, se a discórdia foi gerada em um blog, por exemplo, a resposta deve ser dada no próprio blog.

Já o prazo para a retirada de conteúdos da rede não possui regra prévia. Cada caso será julgado pela Justiça Eleitoral.

Vídeos

Rolou um momento "revive" com esse vídeo da Apple, que eu adoooorrroooo!



E também esse, depois de uma discussão sobre quebra de paradigmas:



E esse, que é sensacional!:



Mas meu case preferido entre os que foram apresentados foi o da campanha Banners Concert, em que bandas foram convidadas a gravar dentro de espaços correspondentes aos formatos de banners web. Pasmem: o cliente é um banco, o Axion, da Bélgica. Incrível a ousadia, ?



E, pra terminar, uma frase de @renedepaula, tão boa quanto aquela que eu usei pra começar esse post, e que também foi dita no @interminas: "O importante é entender as pessoas e não as tecnologias." Eureka! As tecnologias em si mesmas entrarão e sairão de cena. A cada dia uma ferramenta nova, a cada estação um aparelho novo, uma versão turbinada de alguma coisa. Mas as mudanças significativas e que interferem no nosso trabalho, enquanto profissionais de comunicação, não estão no âmbito do mega pixel, dos botões, das ferramentas enquanto tais. Fazemos comunicação para pessoas, ou melhor, COM pessoas. O "COM", essa palavrinha corriqueira, simples, de apenas três letras, mas tantas vezes esquecida, é etimológica, está na raiz do nosso trabalho, não pode ser deixada pra trás. Que tal, então, pensar nas relações que os meios digitais propiciam e na forma com que elas interferem na vida das pessoas que os utilizam? O que as pessoas pensam? O que elas desejam? O que elas pensam que desejam?... Nesse rumo, o caminho é menos tortuoso...

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