quinta-feira, 11 de março de 2010

P.P. DO BEM

Esse vídeo me fez lembrar a comum e antiga (!) discussão em torno da ética na publicidade. Costumeiramente nós, publicitários, somos alvo de ataques e acusações sobre os malefícios das campanhas que produzimos. A nós, já foram dedicados os títulos de "mentirosos", "enganadores", "financiadores do capitalismo".

Não vou dizer que essa questão nunca foi motivo de conflito pra mim. Foi e, em algumas situações, ainda é. Mas também me é muito claro o fundamental papel desempenhado pelos profissionais de comunicação na vida das empresas e dos cidadãos em geral. A publicidade está intimamente ligada à circulação da informação, elemento, esse, fundamental para que seja mantido o nosso sagrado direito de escolha. Sim, ela nos influencia, estimula a criação de demandas, reveste o consumo de simbolismo. Mas também estamos cansados de saber que os modelos "hipodérmicos", que reservam ao consumidor o simples lugar de "esponja" do que a mídia veicula, estão muito longe de explicar a complexidade dos processos comunicativos.

A cada vez que a "ética" entra na roda pra ser discutida, ao invés de nos envergonharmos ou temermos, acredito que podemos agradecer e aproveitar duas chances: 1- a do exercício democrático; 2-a de ultrapassarmos debates que ficam no campo do que é ou não moral (e que são muito complicados, porque a moral tem a ver com questões culturais), para ampliarmos os parâmetros e conversarmos sobre o respeito ao "ser humano". E, até quando se pratica o "moralismo" ao invés da proteção da ética, como nos casos em que filmes saem do ar por colocarem em cena alguns tabus ainda difíceis de serem socialmente assumidos; acho que está valendo! Por que? Porque é mais uma prova de que o direito de discordância e de escolha ainda se mantém... E de que a publicidade não é tão impositiva assim...

Como toda profissão, ela pode ser praticada de várias maneiras, com ou sem responsabilidade, com maior ou menor cuidado, com mais ou menos observância da legislação... Não é preciso ser publicitário para ser o vilão da história, ?

O filme deste post é um exemplo do lado educativo e socialmente responsável da publicidade... E, mais, de como ela pode tratar de assuntos difíceis com delicadeza e beleza, facilitando que eles sensibilizem as pessoas e produzam algum tipo de resultado positivo.

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