segunda-feira, 5 de abril de 2010

ELEIÇÕES 2010. COM INTERNET.

Há poucos dias assisti a uma palestra intitulada "Mobilização Política e Redes Sociais". Em ano eleitoral, confesso que saí de casa achando que as campanhas políticas que estão por vir seriam o centro da discussão. Afinal, nas eleições 2010 as mídias digitais poderão ser usadas pela primeira vez, apesar de uma listinha (nem tão básica) de restrições. Levei um balde de água fria não só porque a abordagem dos palestrantes não foi a esperada, mas também porque tive a impressão de que, mais uma vez, estavam querendo reinventar a roda. Passamos por exemplos clássicos de mobilização social através das redes, como a campanha do Obama, e por algumas reflexões que culminaram na já conhecida importância de se discutir a internet e o poder de agendamento das comunidades virtuais.

No mês de Março deste ano, nos EUA, o Facebook superou o número de acessos do Google. Acaso? Ocorrência que pode passar em branco? Penso que não. É mais um indicativo consistente de que, cada vez mais, a relevância da informação e o consumo por indicação são determinantes: reputação é a palavra-chave quando pessoas estão em busca das opiniões, críticas, impressões de outras pessoas. Como já discutimos em alguns posts aqui, esse é um entendimento extremamente significativo na vida das marcas e das empresas e, com certeza, fundamental também quando o assunto é política.

Ainda há muito o que se testar e se descobrir. Nas eleições desse ano, embora já existam muitas experiências anteriores (em outras situações e países) que apontem caminhos, teremos a chance de aprimorar nossos fazeres e, quem sabe, suprir alguns furos ou carências dos processos eleitorais anteriores. Transparência é a palavra em que aposto: o eleitorado está carente dela e a internet é um mar de possibilidades para que essa qualidade seja explorada, seja como característica do candidato, seja pelo perfil das ações que podem ser propostas e desenvolvidas.

Nunca faz mal lembrar, no entanto, que estamos fazendo comunicação, ou seja, participando de um processo vivo, em que não existem fórmulas mágicas que resolvam problemas. E, claro, não se trata de chute e muito menos de obrigação. Entrar na rede, principalmente durante uma campanha, é estar ciente de seu funcionamento. Uma ferramenta isolada, usada sem consistência e sem monitoramento, não resolve a vida de ninguém. Ao contrário, pode causar sérios problemas. Então, se você é candidato, não ache que basta criar um blog ou um Twitter e tudo estará resolvido. GERENCIAR É A PALAVRA DE OURO!

Para ajudar nessa complexa tarefa de mapear e gerar feedback em um curto espaço de tempo aos usuários, olhem isso. Trata-se do Observatório da Web, uma plataforma cuja proposta é acompanhar a evolução e a disseminação da informação na internet a partir de seus eixos temáticos. As eleições 2010 e a Copa do Mundo serão o objeto de teste desse projeto coordenado pela UFMG.

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