domingo, 31 de maio de 2009

ACORDA MERCADO MINEIRO!

A promessa de mais um post sobre o que rolou nas palestras do InterACT 2009 continua de pé. Mas, hoje, não vou resistir. Acabo de ter acesso a uma pesquisa sobre os usuários brasileiros do twitter. E adivinhem??? BH está como a terceira cidade do país em número de usuários (com 9,16% do total). No ranking dos Estados, Minas é o terceiro, atrás, é claro, do Rio e de São Paulo. Sampa segue dando lavada, com quase 43%... Mas eu estou radiante com o nosso terceiro lugar e faço questão de colocar isso aqui, porque é mais uma prova do potencial do nosso mercado e do quanto vale a pena investir! Já chega de ficar na retranca! É hora de partir pro ataque! Temos a resistência dos clientes? A internet ainda é alvo de insegurança? Falta entender as especificidades do ambiente online? Os próprios profissionais de comunicação precisam amadurecer? Siiiiiiiiiiiim!!! Temos problemas, mas eles são perfeitamente superáveis. Passo número 1 para essa superação: transformar a internet em negócio, medir resultado. Sempre! E não negar o que está batendo à nossa porta, gente!? Ficar negando o inegável está por fora!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

InterACT 2009 - parte 2

Como prometido, mais uma postagem sobre as palestras do InterACT 2009. Agradeço os mais de 6oo views e a repercussão positiva do primeiro post. Pra quem não pôde acompanhar ao vivo, uma oportunidade de ficar por dentro do que rolou de mais interessante no evento.

Michel Lent, da Agência Ogilvy Interactive Brasil, falou sobre criação estratégica e comunicação na web. Michel se apresentou logo depois do Fabiano Coura (tema do post anterior) e aproveitou pra fazer um contraponto aos cases apresentados por ele. Michel insistiu que, mais do que desenvolver ações geniais e megalomaníacas - que, aliás, não costumam ser a rotina das agências - os profissionais de comunicação devem focar em atender os objetivos do cliente, mesmo que o trabalho resultante dessa demanda não seja inédito ou concorra a um grande prêmio.

A partir disso, as principais questões apontadas por Michel para o desenvolvimento de campanhas que envolvam mídias digitais foram:

1- Entender as necessidades do cliente. Isso implica não só em responder demandas adequadamente, mas em perceber oportunidades pertinentes e apresentá-las ao cliente.
2-Encontrar a solução do problema do cliente e, a partir disso, traçar as estratégias e escolher a mídia, sempre tendo em mente o público-alvo.
3-Medir resultados sempre. A internet ainda é alvo de muita desconfiança e um jeito de contrapor isso é traduzí-la em negócio, em resultado.

Sobre o ponto 2, Michel fez uma colocação interessante de que a internet não possui "internauta". Chamo atenção para isso, pois é um aspecto crucial para o entendimento das especificidades da internet. Como já discutimos aqui, os princípios das mídias off-line não podem ser simplesmente transpostos para o ambiente on. Caímos na questão da segmentação da audiência e nas circunstâncias de uso da internet. Quando entendemos que não há um "internauta", assumimos não só que estamos falando de pessoas / usuários / interatores completamente diferentes entre si, mas de sujeitos que usam a internet em um determinado contexto e não que estão permanentemente conectados e só sofrem influência do que acontece na rede.

Michel apresentou alguns cases brasileiros, com destaque para o da Dove InvisibleDry. O objetivo era comunicar o benefício principal do produto (não deixar manchas brancas na roupa). Eis o vídeo sobre a campanha:



E um outro case da Dove, em que foi criado um site com informações sobre o produto e com canal aberto para a participação do interator:



Tá parecendo um jabazão da Dove, mas os cases da marca estão entre os mais interessantes e nem todos os exemplos dados nas palestras estão disponíveis em vídeo na net.

No próximo post, as considerações finais sobre o InterACT e mais sobre as palestras...

domingo, 24 de maio de 2009

INTERACT 2009

O Interact 2009 terminou com um balanço positivo. Nos próximos dias tentarei (porque a vida anda caótica) fazer o resumo comentado de algumas palestras, a começar pela do Fabiano Coura, da Neogama/BBH.

Fabiano fez uma contextualização sobre o lugar que a Internet e as mídias digitais ocupam no cenário atual, com destaque para:
-O controle saiu das mãos da empresa e está migrando para as mãos dos consumidores. As marcas não estão mais sob o domínio das organizações.
-A propaganda vive um momento de descrédito por parte dos consumidores. Amigos, família e outros grupos sociais têm mais representatividade e influência nas decisões de compra.
-Na internet a atenção das pessoas não está à venda. Por isso, vale investir no envolvimento ao invés de buscar a atenção das pessoas, e na ampliação da dedicação ao invés do estímulo ao desejo.
-A comunicação acontece em uma velocidade orgânica, em virtude da viralização dos conteúdos.

Entre os vários cases utilizados durante a palestra, destaque para o da Dove, que sintetiza brilhantemente os aspectos pontuados acima, além de ilustrar algumas discussões sobre viralização que já tivemos aqui no blog:



E a resposta quase imediata, que rendeu mais views do que a primeira peça:



A partir disso, 10 elementos-chave que devem ser observados na comunicação online:
1-Oferecer comunicação como serviço
2-Convidar para participação
3-Envolver com histórias
4-Explorar vínculos emocionais
5-Recrutar para causas nobres
6-Envolver através de polêmica
7-Disponibilizar conteúdo diferenciado
8-Levar diversão à vida das pessoas
9-Gerar experiência de imersão
10-Surpreender sempre

Ressalto que esses 10 pontos não constituem um manual de coisas infalíveis e a pretensão nem é essa. Trata-se de aspectos estudados em profundidade e muito bem fundamentados por cases e pesquisas...Quem tiver interesse em saber mais sobre cada um deles, pode solicitar aqui no blog que eu faço um outro post ou mando links com exemplos...

terça-feira, 19 de maio de 2009

MÍDIAS DIGITAIS A QUALQUER CUSTO?


- Gato, qual o caminho correto?
- Depende Alice, para onde você quer ir?
- Não sei, estou perdida.
- Para quem não sabe onde quer ir, então
qualquer caminho serve!
(Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas)

Tenho pensado muito ultimamente - e em breve essa discussão será publicada em artigo - sobre o peso que a palavra interatividade assumiu no nosso dia-a-dia. Há pouco tempo, um amigo me procurou em busca de uma consultoria. Ele está montando uma empresa on-line e chegou com uma demanda pronta: "quero interatividade, quero web 2.0". Pra que? Com que objetivo? Quem é seu público-alvo?. Essas foram algumas das minhas perguntas. A ânsia por se enquadrar nos padrões ditos "interativos" da internet, e a inclusão de algumas das mídias digitais no mix de mídia das empresas para que elas sejam vistas como modernas e antenadas, tem, ao que me parece, levado à perda de foco da comunicação. Ninguém sabe muito bem pra que, mas todo mundo quer usar a internet, o celular, o ipod. A que custo esses espaços estão sendo utilizados? Não raro o que se vê é uma transposição grosseira de conteúdos, que não respeita as características das próprias plataformas e não agrega qualquer tipo de valor aos serviços oferecidos. Não se faz promocional direito, não se faz marketing de relacionamento direito. E nessa confusão a palavra interatividade fica prostituída e descontextualizada.