quinta-feira, 22 de abril de 2010

BRASIL 2020

"Há certo consenso a respeito da proteção ambiental. Todos são a favor, mas, boa parte, só se for no "meio ambiente" alheio. Quer-se o bem da floresta amazônica, já as obrigações ambientais da empresa... Salvem-se as tartarugas e baleias, já reduzir o próprio lixo... Combata-se a poluição, mas não o uso intensivo do carro particular. As unanimidades em prol da paz, do meio ambiente, do combate à pobreza, às vezes esquecem que é preciso construir na prática a solução para aquilo que incomoda a consciência." (Trecho do texto "Dia da Terra, uma questão de atitude", de Marina Silva. Leia na íntegra aqui).

Hoje, 22 de abril, é dia da Terra. Vi muitas menções ao tema na internet e acabei chegando a esse texto da Marina, com o qual começei este post por pensar que ele sintetiza bem o sentimento que tenho em relação aos temas ambientais.
As discussões sobre o clima parecem com as que temos sobre AIDS. Todo mundo está cansado de saber que tem que usar camisinha, mas a galera não usa. Do mesmo jeito, todo mundo está cansado de saber que a maior parte dos recursos naturais de que fazemos uso não são renováveis. Ou seja, um dia vai acabar. E, mesmo assim, os rios estão lotados de lixo, as pessoas jogam papel da janela de carros e de ônibus da maneira mais descarada possível, e as políticas de reciclagem de lixo são quase inexistentes. Por incrível que pareça, no nosso país as pessoas conseguem revestir de burocracia o que deveria ser feito de maneira banal, fácil, instintiva. A gente quer reciclar o lixo, mas não sabe o que fazer com ele porque a Prefeitura não tem coleta seletiva ou, se tem, ela não abrange metade da cidade. Vivo esse drama não é de hoje!
Mas, mesmo assim, me recuso a desistir. Brinco que certas atitudes ambientalmente corretas, e longe de serem ecochatas, viciam. Reciclar é uma delas. Quando visualizamos o volume de lixo que produzimos e, consequentemente, quanto tomamos consciência sobre o quanto uma única pessoa é capaz de sobrecarregar o meio ambiente com materiais que demorarão centenas de anos para serem decompostos, não temos coragem de desprezar o lixo sem separá-lo. Ou, pelo menos, perdemos o automatismo que nos faz agir sem pensar. E é exatamente esse o ponto. Odeio sermão, mas já está mais que na hora de sairmos do automático.
Não adianta ficar reclamando depois que as tragédias acontecem, gente?!. Atualmente, acho que podemos classificar esses desastres de duas maneiras: 1-estamos pagando pelo que estamos fazendo (e não faltam má notas pra contar); 2- estamos pagando pelo que nós não estamos fazendo (sim! Em se tratando de meio ambiente, omissão conta. E muito.) Não podemos participar de Copenhague, mas podemos, facilmente, mudar o que está perto de nós. Conheçam aqui 50 dicas para ajudar o planeta.
É com base nesse raciocínio que está entrando em cena uma campanha muito bacana, a Brasil 2020. A ideia é antecipar as metas de redução das emissões de carbono para 2020 (e não 2050, como tem sido discutido), além de consolidar uma economia climática global até essa data. E o mais legal disso é que a população civil está incluída! Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o site oficial e o Twitter. Essa é uma causa que vale a pena!

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